segunda-feira, 30 de abril de 2012

Caso solucionado





- Boa tarde, sou  Alfrosino, famoso delegado desta pacata cidade do interior.
- Boa tarde, senhor delegado, a que devo sua visita? – indagou o homem magro, calvo e bem marcado pelas linhas do tempo.
- Sou o delegado escolhido para investigar e solucionar o caso da morte de ontem pela manhã defronte à porta do seu quarto, caro Astolfo.
- O que quer saber?
- Primeiramente seu nome completo, idade e profissão. – perguntou o delegado.
- Astolfo da Juventude Assustada, 54 anos, detetive particular aposentado a seu dispor.
- Conte-me, com detalhes o que presenciou, por gentileza.
- Acordei assustado por volta das cinco horas da manhã.  Assim que abri com muita dificuldade meus olhos, consultei meu relógio de bolso (herdado de meu avô paterno) que estava próximo à cabeceira da minha cama.
O delegado anotava tudo  em uma caderneta,  com folhas amarelas pelo tempo, parecida com aquelas usadas nos armazéns de antigamente, as quais marcavam contas vendidas  “fiado”.
- Prossiga, senhor Astolfo.
- Levantei-me devagar por causa de problemas de saúde, fui ao banheiro escorando-me nas paredes, afinal estava tonto. Escovei meus dentes, lavei o rosto com o sabonete indicado por minha dermatologista.
- O que mais? pediu o delegado.
- Ouvi a campainha da porta soar de modo ensurdecedor.  No desespero, peguei uma  toalha fétida que estava no banheiro do hotel, enxuguei minha face à pressas, saí do banheiro e caminhei arisco até à porta.
- E, seja mais objetivo, senhor. – disse o delegado.
- Mais uma vez, aquela maldita fechadura emperrou, mas de tanto forçá-la acabou cedendo e destrancou.  Abri a porta repentinamente e pude ver um homem caído na soleira da porta do quarto de número 502, ao qual eu estava há uma semana hospedado, desde que chegara da capital do país.
- Viu alguém nos arredores do quarto? – perguntou o delegado.
- Corri rapidamente meu olhar em torno do corredor comprido em que estávamos, porém não constatei a presença de ninguém por ali. – respondeu o astuto detetive aposentado.
- O que fez ao ver homem? – indagou novamente o delegado.
- Assustado, abaixei-me vagarosamente, toquei o homem com os dedos da minha mão direita e pude perceber que o corpo ali estendido estava frio e rígido.  Enfim, estava diante do cadáver de um desconhecido.
- Por gentileza, prossiga.
- Sem exitar, corri junto ao telefone e disquei para o número da central de polícia.  De imediato o policial perguntou o endereço de onde eu falava e que poderia encontrar o corpo do tal homem.
- Quais os dados que informou “a priori” ao policial de plantão? – questionou o delegado.
- Rua das Flores, nº 24, centro da cidade, defronte ao quarto 502 do Hotel Flashback.
- Correto e...?
- O policial  que atendeu minha ligação disse-me que dentro de cinco minutos uma viatura iria ajudar-me, porém, após duas longas e árduas horas, um carro todo cheio de barro nas rodas, com o farol queimado e pneus carecas chegou ao local da ocorrência. – disse o detetive aposentado quase rindo.
- Sem comentários desnecessários, por favor. – retrucou o delegado nervosinho.
- Durante o tempo que fiquei sozinho com o defunto, aguardando impacientemente a chegada da polícia, verifiquei que em um dos bolsos dianteiros da calça jeans, já desbotada, um bilhete assinado e escrito por uma mulher chamada Terebentina. – acrescentou Astolfo.
- Terebentina? – perguntou o senhor Alfrosino.
- Sim. Percebi que ela tinha conhecido este homem pela internet, num chat de relacionamentos.  O homem era um músico bastante conhecido no interior de Goiás.  A moça, ao conhecê-lo, espancou-o até à morte. Desfecho cruel de um caso amoroso que mal tinha começado, afinal foi a primeira e única vez que se encontraram pessoalmente.
- Santo Deus, o senhor é bom detetive, hein? – disse Alfrosino.
- Obrigado, mas sempre fiz o máximo para desvendar mistérios. – falou o inesquecível detetive Astolfo.
- E tem mais: a moça assassinou-o por ganância.  Ela sabia que ele escondia alguns dólares na sua peruca e que possuía alguns dentes de ouro na boca.
- Suas informações foram valiosas, mas agora vou atrás da Terebentina para que ela preste esclarecimentos sobre o ocorrido – agradeceu o delegado.
- Estarei aqui caso precisar de ajuda. – falou Astolfo.
- Em poucos minutos estarei interrogando a Terebentina e espero colher dados que a moça possa me fornecer sobre tudo. - acrescentou o delegado.
- Olá, dona Terebentina, preciso interrogá-la agora. – disse Alfrosino.
- Tudo bem, meu querido, que posso servi-lo? – questionou de modo cínico a moça.
- Moça, por gentileza, nome completo, idade e profissão?
- Terebentina dos Passos Largos, 22 anos e sem profissão.
- Endereço? – solicitou o delegado.
- Não tenho endereço fixo, por isso matei o músico para poder me instalar numa cela da delegacia aqui da cidade e poder ler romances policiais o dia todo, sem me preocupar em trabalhar.
- Ok, mocinha, obrigada pelas informações e, por favor, vista este uniforme que você está detida em nome da lei. Vejo que agora posso dar o caso por encerrado.  Vou contratar Astolfo como detetive e a partir de hoje a moça irá prestar serviços de limpeza na delegacia local, além de ficar presa por longos anos. - disse o famoso delegado

Quem não lê...



domingo, 29 de abril de 2012

A leitura em minha vida

Na minha infância não fui uma criança leitora por falta de incentivo, mas na adolescência lia revista: Sabrina, Júlia. Eram revistas românticas. Elas abordavam problemas relacionado as preocupações de adolescentes.
Através de uma amiga comecei a ler livros. Os livros foram importantes. Livros de Monteiro Lobato faziam com que a imaginação voasse longe. Pedrinho e Emilia, Marquês de Sabugosa habitaram por muito tempo meu imaginário. Sem contar Gulliver com suas aventuras por terras estranhas onde se defrontou com pessoas pequenininhas. Tudo isso fez com que, minha imaginação desse saltos de felicidade. Era realmente espetáculo primoroso. Posteriormente, passei a ler Paulo Coelho, Sidney Sheldon e outros. Atualmente, leio livros relacionados à matemática, e livros filosóficos que tem a ver a minha atuação profissional. Esses especializados ocupam bastante meu imaginário em função das respostas que preciso dar no meu dia a dia. Estar hoje interada sobre os fatos que acontece no mundo proporciona um dialogo dinâmico com os alunos que vivem num mundo em constante mudanças cientificas e tecnológicas. Por isso é fundamental estar bem informada. Tirando essas leituras especificas, tenho lido muitos contos. Leio Verissimo, Trevisan Guy de Maupassant e tantos outros. Considero os contos muitos interessantes e dinâmicos.  

Um corpo na escada

Ontem, como sempre, acordei cedo. Levantei, me espreguicei, fui ao banheiro e fiz minhas necessidades costumeiras. Tomei banho. E ao sair, coloquei a água para ferver porque não posso e não devo sair de casa sem tomar um café fresco. Enquanto a água fervia tocou o telefone. Quem será?
- Maria?
- Sim, diga.
- Você irá ao curso agora?
- Passarei na escola antes, Carla.
- Olha, estou sem carro. Vejo você lá. Preciso de carona.
- Tudo bem, lá eu te pego.
Desliguei o telefone e corri para a cozinha, a água ferveu. Passei o café. Depois sentei à mesa e saboreei meu café.
 Já pronta, peguei a bolsa e sai. Quando fechei a porta e estava descendo as escadas, o que vejo? Um corpo. Fiquei desesperada e liguei para a polícia.
A polícia chegou e um policial perguntou:
- Bom dia, a senhora é a dona Maria?
- Sim.
- O que aconteceu?
- Saia para o trabalho quando encontrei esse corpo.
- A senhora tocou nele?
- Não, levei um susto.
- Ele já estava morto?
- Mortinho.
- Como a senhora pode afirmar que ele estava mortinho?
- Porque ele estava imóvel.
- Sei...
- É a mais pura verdade. Não toquei no corpo, mas percebi que o homem não se mexia e logo liguei para vocês.
- A senhora estava sozinha em casa?
- Sim, estava.
- Conhece o falecido?
- Não, nunca vi esse homem antes.
- A senhora terá que nos acompanhar até a delegacia para prestar maiores esclarecimentos.
- Está bem, mas antes preciso dar um telefonema.
Passei a manhã toda na delegacia e não fui para o curso naquele dia.



sábado, 28 de abril de 2012

O ladrão



Confesso que estava muito nervosa, não conseguia nem discar o número da polícia, mas enfim, depois de algumas horas chega o delegado:
_ A senhora ouviu algum barulho no corredor?
_ Não, abri a porta para ir trabalhar como faço todos os dias e lá estava o corpo, fiquei apavorada, comecei a gritar por socorro.
_ Como percebeu que ele estava morto?
_ Percebi que ele não se mexia, então coloquei os dedos nele e senti que ele estava frio e rígido.
_ A senhora conhecia a vítima? Ele era morador do prédio?
_ Eu o conhecia de vista, mas nunca tinha conversado com ele, nem sei se ele morava no prédio.
_ Quantas vezes a senhora viu aquele homem?
_ Vi algumas vezes.
_ A senhora não notou se alguém a observava nesses últimos meses.
_ Não.
_ A senhora acredita que algum morador do prédio teria motivos para cometer esse crime?
_  Eu não tenho a menor idéia, senhor delegado, pois tenho uma vida tão atribulada que não tenho tempo para reparar na vida dos outros.
_  Acha que o homem que estava ali poderia conhecer a senhora e a sua rotina?
_ Eu não sei. Só sei que estou assustada até agora e não entendo como é que aquele homem foi morrer bem na minha porta.
_ A senhora sabia que aquele homem tinha passagem pela polícia?
_ Então ele era um ladrão? Meu Deus! Será que ele estava tentando assaltar a minha casa?
_ Nós estamos começando as investigações, mas tudo indica que ele veio até o prédio para fazer um assalto e acabou infartando, com a queda bateu com a cabeça, por isso estava sangrando. Por favor, não saia da cidade até que o inquérito esteja terminado.Tenha uma boa tarde. 
_ Pode contar comigo delegado, estou a disposição da polícia para qualquer esclarecimento.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Um dia na delegacia de polícia
Na semana passada a senhora Antonieta passou por um susto tremendo,pois ela encontrou uma pessoa morta na soleira do apartamento em que morava. Mesmo avisando imediatamente a polícia,não conseguia provar que não tinha nada com o acontecido.Dona Antonieta foi notificada que deveria comparecer imediatamente na delegacia para prestar depoimento sobre a presença de uma pessoa morta em sua porta. Na delegacia o interrogatório foi tenso.
O delegado iniciou o interrogatório :
-Qual é o seu nome completo,documento e endereço?
Dona Antonieta muito nervosa reponde trêmula aos primeiros questionamentos.
-Meu nome é Antonieta da Silva Paranhos,meu RG é 2055970-X e moro na Av.Brasil,nº180,segundo andar, apartamento,nº25.
O delegado continuou .
_O que a senhora fazia,antes de encontrar o corpo em sua porta?
_ Eu estava no banheiro,lavando o meu rosto,escovando os meus dentes ,enfim me arrumado para mais um dia de trabalho,quando ouvi a campainha tocar,fui até a porta,destranquei a mesma e encontrei um corpo caído em minha soleira.
_ Havia mais alguém no corredor? Perguntou o delegado.
_ Não senhor, corri o olhar pelo entorno,e não constatei a presença de nenhuma outra pessoa no corredor.
Neste momento o delegado saiu da sala por alguns minutos,e logo retornou o interrogatório.
_A senhora tocou com os dedos o corpo ?
_Toquei sim,pois queria reanimá-lo,mas percebi que o corpo estava frio e rigído.
Neste instante a pobre mulher entrou em prantos,e incorformada dizia não entender o que estava acontecendo.
O delegado pediu para que um policial buscasse um copo com água,esperou a mulher se acalmar e disse.
_ Vamos supender o interrogatório,pois a senhora Antonieta não está em condições de responder mais nada por hoje.
Antes que D,Antonieta saísse da sala,o delegado ainda lhes falou:
_Não se preocupe,descobriremos o mistério do corpo em sua porta.






  • MARIA FRANCISCA DA FONSECA HIGUCHI
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  • Boa noite Tamar.Uma história de leitura e escrita que ficou gravada na minha memória foi um texto que escrevi quando estava na segunda série do grupo escolar. Todo ano no dia 5 de outubro a minha escola fazia um concurso de redação sobre o dia da ave. Queria muito participar,então fiz um pesquisa bem detalhada sobre as aves do Brasil,li muito sobre elas, destaquei o uirapuru,tico-tico,anu,e o sabiá laranjeira com o seu peito amarelo,o qual se tornou a ave símbolo do Brasil. Meu texto ficou em segundo lugar da escola,ganhei uma medalha,foi uma experiência inesquecível .Com esta primeira experiência de leitura e escrita,percebi já logo cedo, a importância da leitura para uma boa escrita de um texto.Outras experiências com escrita gratificante para mim é quando peço leitura de aprofundamento de conteúdo para os alunos e depois peço uma artigo de opinião,e eles me devolvem um texto bem escrito e bem fundamentado. Para mim ver meus alunos lendo e escrevendo bem é uma grande vitória .

    quinta-feira, 19 de abril de 2012

    Homenagem aos indígenas do Brasil



    Um índio

                   Caetano Veloso

    Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
    De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
    E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante

    Depois de exterminada a última nação indígena
    E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
    Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

    Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
    Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
    Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
    O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

    Um índio preservado em pleno corpo físico
    Em todo sólido, todo gás e todo líquido
    Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
    Em sombra, em luz, em som magnífico

    Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
    Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
    E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
    Assim, de um modo explícito

    E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
    Surpreenderá a todos, não por ser exótico
    Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
    Quando terá sido o óbvio





    terça-feira, 17 de abril de 2012

    Experiência com a leitura e a escrita

     Uma história que me lembro é de ter escrito um texto para teatro para ser encenado na aula de português, me lembro que o texto ficou muito bom e a história contava sobre a vida de um menino que morava no nordeste e era muito magrinho, mas por ironia, quem acabou fazendo a personagem foi um colega de sala que era bem “cheinho” e acho que foi por isso que essa história me marcou, pois o que era pra ser uma história triste acabou ficando muito engraçado. Com relação à leitura, confesso que gostaria de ter tempo para ler, mas o último livro que li foi “A cabana”.O legal é que quando estou lendo mergulho na história e  quando me dou por conta, estou pensando no que será que vai acontecer, como será, enfim, ler para mim é viajar no mundo do conhecimento, da aprendizagem, do mistério. Cada livro lido é sempre um pouco a mais de bagagem adquirida e que de certa forma pode nos abrir os olhos e nos auxiliar no nosso cotidiano e até mesmo nos servir como lição de vida.
    Uma história que me lembro de leitura e escrita,foi de quando participei de umconcurso de redação do Dia das Aves,que se comemora no dia 05 de outubro.Lembro-me que pesquisei muito sobre as aves do Brasil,me lembro de descrição de algumas aves como o tico-tico,anu,e o sabiá laranjeira,que é a ave símbolo do Brasil. Meu texto ficou em segundo lugar e aprendi,que para escrever bem,temos que ler,e foi o que fiz.

    segunda-feira, 16 de abril de 2012

    Nua



    Nua, você é simples como uma de suas mãos.
    suave, terrena, pequena, transparente, redonda;
    você tem linhas lunares, caminhos de macieiras.
    nua, você é delicada como um grão de trigo.

    Nua, você é azul como uma noite em Cuba
    você tem videiras e estrelas no cabelo.
    nua, você é vasta e dourada
    como o verão numa igreja.

    Nua, você é pequenininha como uma de tuas unhas,
    curvilínea, sutil, rosada até o nascer do dia,
    você adentra pelo subterrâneo do mundo
                                      

    Como num amplo túnel de trajes e trabalho:
    sua claridade se apaga, veste-se, desfolha-se
    e outra vez volta a ser uma mão nua.
                                       Pablo Neruda 

    A vida é uma grande aventura

    A vida é uma grande aventura. Uma Odisséia. Não podemos abdicar dela ou delegá-la a outro. Desvendar a natureza das contradições e rir. Porque o riso nos alça, ele revoluciona. Não falo do riso carregado de preconceitos contra o outro. Esse não. Esse é estúpido. Esse é pobre, ideológico e rebaixador. Falo daquele que nos enche de gargalhada. Aquele riso sincero, largado. Rir de si. O interesse explica os porquês da aproximação e do afastamento. Por conta disso tudo, devemos entrar no conhecimento com garra e vontade e fazê-lo entrar em nós. O conhecimento e a arte são alavancas cruciais para que nossa travessia seja recheada de vida, de alegria e de ousadia. É inaceitável que passemos nossas vidas moscando, esperando ajuda que venha de lá, sei lá... Nossa aventura precisa ser prazerosa. Nós somos os aventureiros do prazer e da felicidade. Nossa meta central é buscá-los. Devemos caçá-los o tempo todo inclusive quando mastigamos um pão. Devemos procurar ser como Rimbaud: o aventureiro do verso. Reparem que a travessia deve ser ousada. Não se chega ao saber esperando. É necessário alimentar o cérebro todos os dias, fornecendo-lhe informações variadas sempre. Esperar não resolve. Quem venha de lá, também não dá frutos. É fundamental arregaçá-lo e ir para a luta. Quem espera nunca alcança. A beleza encontra-se na luta. Nessa busca, nos defrontaremos com tudo, com coisas boas, péssimas. No entanto, é aí que reside o prazer. Saber enfrentar as adversidades. O mundo é tosco. O capital o fez tosco. O capital agarra-o e torce-o e retorce-o para todos os lados. O capital é um poderoso narcótico legal. Ele entorpece a todos. Há que ter com ele cuidados. Muitos. Se vamos construir uma passagem saudável, é necessário ousar. Ler, estudar, lutar, saber. Dominar o conhecimento. Para tanto é importante adotar o livro para sempre. Vivemos no mundo negocial-mercantil. Esse mundo é dos negócios. Do lucro. Só que poucos lucram. A maioria – inclusive os chineses – trabalham para que alguns vivam bem. E nós? Nós não queremos uma passagem nula, tosca. É importante acessar o conhecimento e fazer com que nossa travessia seja saborosa. Há muita gente acomodada. São uns mortos vivos que passam o tempo legitimando a pobreza em vez de buscar a poesia. São representantes de um individualismo assustador. Esse individualismo faria Poe ficar aterrorizado e até fazendo-o correr desesperadamente. Enfim, um mundo pobre. Um mundo em que a aparência anda por todos os lados. Jogaram a poesia fora. As pessoas andam metidas na aparência, elaborando futilidades. Dão ênfase ao banal e ao corriqueiro. Usam, pasmem, uma entonação para relatar o obvio, reforçando o preconceito. Dão grandeza aquilo que é banal. Falam com um hálito de seriedade. E disso, só se pode afastar com conhecimento. Há um sacrifício: dedicação. Estudar, ler. Adotar o livro para sempre, sempre. No mundo atual, devemos atuar com a razão sim, mas jamais perder de vista a arte, a percepção. A intuição e o sentir. Utilizar todos os sentidos, aguçar a imaginação. Ler, interpretar e refletir o mundo de maneira ousada, criativa, original, autentica. Respirar e construir uma vida saudável. Transformando essa aventura de viver, extraindo dela prazer e felicidade. Isso exige de nós determinação e dedicação. Não se pode querer uma Odisséia sem risco e sem conhecimento. Aquele que vê e entende segue em frente, ousa. Assim, com certeza atingiremos o alvo. Pedro Luiz da Silva.

    quarta-feira, 11 de abril de 2012

    Livro e a leitura

    O livro e a leitura são fundamentais para a formação intelectual, cultural, humana e profissional.¹ É inimaginável que alguém que queira alçar voos, os faça sem ter que se dedicar a leitura e a valorização do livro. Nós não sabemos e por isso precisamos acessar o livro, para de lá, extrair palavras e mais: idéias; além, é claro, de conhecermos o nosso passado. Quem somos, quem são os nossos antepassados, enfim, nossa origem. Nós temos ideias. No entanto, às vezes para expressá-las nos faltam palavras. Nesse exato momento entra o livro. É dele que conheceremos novas palavras. E a partir daí, podemos expressar nossos pensamentos porque temos como fazê-lo. O livro nos garante o acesso a uma infinidade de palavras. Através da leitura percebemos novas construções da língua: frases, associações ousadas, palavras bem colocadas e beleza poética. Tudo isso é patrimônio da humanidade; ou seja: nosso. E não podemos descartar essa riqueza em hipótese alguma. Através do livro conhecemos a cultura de outros povos, os vários estilos literários espalhados pelo mundo. E tudo isso nos garante uma bagagem cultural e força para enfrentar os dissabores da vida. Através do livro e da leitura, aprendemos as muitas maneiras que o ser humano utiliza as palavras, criando dessa forma os estilos literários.² Portanto, é necessário agarrarmos o livro e a leitura e transformá-los em aliados e companheiros do dia-a-dia para podermos enfrentar as batalhas do cotidiano com jovialidade e garra, chutando o mau humor e recalque para longe. Porque nós merecemos ser felizes, afinal, somos seres humanos recheados de possibilidades e devemos extravasar nossa criatividade pululante que bobeia em nossas veias. Não há obstáculos que possa impedir o nosso querer. O patrimônio cultural que foi construído com suor, dedicação e sangue nos pertence. Ele é um Bem da humanidade. Resultado da dedicação, da obstinação e da perseverança dos grandes artistas da humanidade: Vinicius, Shakespeare, Baudelaire, Poe, Rimbaud, Whitman, Dostoievski, Tolstoi, Balzac, Graciliano, Manoel de Barros, Heine, Clarice e tantos outros. 
                                                                                                                            Pedro Luiz da Silva